HAND TALK: UMA VOZ PARA O SILENCIOSO MUNDO DOS SURDOS


Fonte: Celular da autora

Para quem já esteve em alguma organização de surdos é bem claro o sentido da palavra silêncio. Para quem possui essa condição, faz muito mais sentido. No Brasil, segundo o senso do IBGE 2010 há 9,7 bilhões de surdos. Mais da metade desse número possui dificuldade em ler e escrever o português e, embora, haja em algumas instituições de ensino, interpretes de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), para eles ainda há um enorme caminho a percorrer para quebrar o silêncio. Dentro dessa dura realidade, há pessoas que lutam para que a comunicação dos surdos seja mais leve, como é o caso da premiada empresa Hand Talk.
A Hand Talk, que já ganhou prêmios internacionais e é referência no mercado,  desenvolveu um aplicativo que, por meio de um simpático tradutor virtual chamado Hugo o usuário pode traduzir palavras e frases por meio de fala ou escrita. Além de opções de configurações da velocidade de demonstração do sinal. Além disso, há um banco de dados de vídeos, onde o personagem 3D ensina a LIBRAS.
Em uma escola, no interior de São Paulo, o aplicativo se tornou popular após os pais de um aluno ouvinte buscarem ajuda na internet para que o filho pudesse interagir com um coleguinha surdo, recém matriculado. O aplicativo foi apresentado à coordenação e a partir daquele momento, funcionários e alunos contam com a ajuda do “Hugo” e tudo fica mais fácil. O aluno surdo, que ainda não é alfabetizado, não consegue usar o aplicativo, uma vez que o mesmo só permite escrever ou falar em português para que haja a tradução em LIBRAS. Porém, quando o aluno vai para o computador, ele pode contar com a ajuda do tradutor Hugo: A empresa também desenvolveu uma ferramenta, que ao ser instalada no computador (tablet ou celular), disponibiliza um link na página da internet e quando o usuário o ativa, traduz conteúdo do site para LIBRAS.
Existe outras ferramentas que fazem a leitura do sinal e faça a tradução para o português, mas ainda não é acessível para todos os celulares, pois há restrições e requisitos específicos o que torna a adesão um tanto cara.
Mas mesmo diante dessa limitação, a escola comemora: a interação do aluno com os colegas aumentou a participação nas atividades e tem ajudado muito o pequeno aprendiz a conviver de maneira inclusiva durante o período escolar. Além da evolução e ajuda para o jovem, os demais alunos e os funcionários da colégio também ganharam conhecimento e satisfação, o que prova que cada um precisa vencer e melhorar todos os dias.
Hoje, o aplicativo, por meio de uma parceria com o MEC, está em milhares de tablets da rede pública de ensino.
Para quem quiser participar da inclusão e ajudar a quebrar esse silêncio, o aplicativo está disponível gratuitamente em Play Store e App Store.

Por Camila Sartorello
Polo – Indaiatuba 

Comentários